Era uma vez, um reino distante chamado Sab-A-rah, dominado por uma rainha onipotente. Nesse reino, seus habitantes pareciam ter o direito de ir e vir, mas só o faziam de acordo com os desejos da rainha Cisne Vermelho.
Os aldeões que necessitavam ir ao reino vizinho de Bel-O-zonte eram obrigados a buscar o serviços da rainha Cisne Vermelho, que não se preocupava nem um pouco com eles, nem com seus escravos, que responsáveis pelo traslado dos aldeões, eram forçados a executar duas tarefas ao mesmo tempo, tanto cocheiros como cobradores e taxas, o que colocava em risco todos eles.
A rainha Cisne Vermelho falava que teria que ser assim porque em sonho a Deusa das Estradas e Ruas, a DER, lhe tinha imposto isso. Mas a verdade é que a DER havia permitido essa dupla função, mas gananciosa como era, a rainha logo exilou os cobradores de taxas e forçou os cocheiros a se adaptarem à nova realidade.
Pairavam boatos que se um dia, por determinação da DER, fosse permitido que não houvessem mais cocheiros, a rainha Cisne Vermelho seria a primeira a exilá-los, deixando a condução das carroças a mercê do primeiro aldeão que a pegasse.
O preço da onipotência da rainha Cisne Vermelho era caro, mas quem pagava eram os aldeões. A cada nova primavera a rainha aumentava as taxas, seu descaso com os aldeões era visível, as carroças sempre apresentavam defeitos, não tinham hora certa para circular, estavam sempre superlotadas e muitas vezes sujas e fedidas. Alguns aldeões até oravam à DER por mudanças, mas até mesmo a DER parecia sucumbir aos desmandos da rainha Cisne Vermelho, que continuava a reinar soberana do alto de seu trono intocável sobre a massacrada vila de Sab-A-rah.
Os aldeões clamavam por mudanças, mas parecia não ter a quem recorrer e sonhavam com o dia em que um herói eleito pudesse pôr fim à soberania da rainha Cisne Vermelho, para enfim poderem viver felizes para sempre.