sábado, 24 de novembro de 2012

(não) vou hesitar


... queria uma pequena demonstração, uma simples ligação, talvez nem isso,
uma chamada não atendida,
ou quem sabe, uma mensagem qualquer com, sei lá, oi... bjo... você não perderia nem um minuto e eu...


eu ganharia meu dia...

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Da Putinha [parte 2]


#5 - Da Cama
Descobri que tenho uma séria dificuldade para relacionamentos.
Não que eu esteja me queixando disso, longe de mim.
Mas sabe quando você finalmente se toca. Não esse tipo de toque, é íntimo, mas mais relacionado com o psicológico, nada físico. Aí você percebe que as pessoas têm coisas que te matam aos poucos. E se você não estiver atenta você permiti, e se fode, e nesse caso não vai ser bom. Garanto.
Nós mesmos temos nossas pequenas coisas, e às vezes abrir mão delas pode não ser bom. Veja meu caso, as pessoas gostam de dormir do meu lado da cama, o de cima.

#6 - Da vida
Patético. Simplesmente patético. Uma corrida louca por tentar ser o que não é. Ter uma vida de fachada, parecer normal, comum, quando na verdade é tudo menos isso. Tô aqui toda trabalhada na psicopatia por esse tipo de gente. Serião. A coisa mais fácil que tem na vida é tomar antipatia, não custa nada. Esse povo que leva uma vidinha ordinária, dois filhos, cachorro, a mulher perfeita, almoço de domingo na sogra e as horas extras comigo. Só pra ocupar o tempo. Tão comum. Não há nada pior do que ser comum. Com seus terninhos engomados, seus all star surrados, seus cheiros de fracasso, da vida que queria ter e não conseguem, entram e saem de cabeça baixa, envergonhados por terem pago. Prazer. É o que todos querem. To aqui. Não reclamo. Pior é quando eles reclamam. Quando o desabafo faz parte do programa. Pouco salário. Mulher frígida. Filho gay. Não reclamo. Esses são exatamente como nós mulheres, nem sempre querem/os ser ouvidos/as ou analisados/as, basta você ficar ali, parada...

#7 - Da fila
Tudo ia bem, tinha mudado minha conduta, nem doeu. Então percebi que estava vivendo entre a cruz e a espada, e não dá pra servir dois mestres, a fila tinha que andar... Minha amiga onça disse que minha fila andava rápido, não é que minha fila ande rápido, é que dá pra passar dois pela roleta... tenho que faturar...

#8 - Da Confissão
Quase fui freira, o hábito, o terço, o incenso, me atraiam muito, mas couro, correntes e substâncias duvidosas souberam me seduzir, "a carne humana me chamou com suas exigências". Pecado? Assim seja.

#9 - Do Ponto
Tem gente que acha que no meu ramo de trabalho, como profissional do sexo, é, profissional do sexo mesmo, sem falso status como o das auxiliares de poeira e detritos, que eu não tenho certos direitos trabalhistas, como férias, décimo terceiro, adicional noturno, tá adicional noturno não vale no meu caso, mas todo o resto eu tenho. Eu bato ponto. Serião. O Fo#@ é que sempre tem aqueles que chegam nos últimos minutos do meu turno, querendo uma lua de mel, incapazes de uma rapidinha. Na boa, hora extra é uma mixaria, não vale à pena.

Da putinha [parte 1]

#1 - Da Apresentação
Não vou falar muito, não sou de falar, sou de fazer. Quer ouvir, vai à missa. Quer que eu fale, dobro o preço. Gosto do que faço. Uso, abuso e me lambuzo de prazer. E tem gente que me paga por isso. Recebo. Está disposto a pagar? Entra na fila... um dia sua hora chega.


#2 - Da Ambição
 Encontrei com ele numa rua sem saída. Ele me disse que fazia direito. Hum, adoro juiz. Não, advogado, disse ele. Fiz o que tinha pra fazer. Ele me deu seu telefone. Não liguei. Não gosto de assistente de pedreiro. Quero é mestre de obras.

#3 - Da Paixão
 Comecei a me apaixonar uma vez... isso não é bom.
Pensava nele o tempo todo. O tempo todo. Realmente existem coisas sobre as quais a gente não tem o menor controle. Isso com certeza não é uma fala minha. Ah não! Que tinha uma coisa diferente tinha, mas não podia ser paixão, isso não me cabe. Não ia me apaixonar. Não por ele. Li por ai:

“... eu sonhava com um amor de fogo. Chamas, chamas, chamas, um amor vulcânico, feito de incêndio e lava, um inferno de amor que me calcinasse o peito...”.

É só assim que eu me apaixonaria. Mas como no Brasil não temos vulcões, pelo menos não dos ativos, não corro esse risco. Ele era bonitinho e tal, mas o que eu quero mesmo é um Vesúvio... não o primeiro lugar na feira de ciências da escola.

#4 - Da Balada
Resolvi fazer um programa de garota esse fds. Fui a uma boate com uma amiga, nem doeu. Às vezes gosto disso. Tinha um cara que não parava de me olhar (me comia com os olhos). Pessoalmente eu não amei ele, mas o que é que o amor tem a ver com isso? A bebida devia estar mais forte aquele dia, fui parar num quarto com ele, trocando juras de amor eterno. Bom, foi legal, mas no próximo fds terei que fazer hora extra para compensar o tempo que perdi...


A Dona do Lotação [resgatado do outro blog]


1º Caso
Onti tava lá no ponto esperano ônis ca Ludy aí o cobradô gritou didendu ônis:
- Oh, vem nesse agora que tá vazio!
- Não moss, só mais tarde...
É um sacrifício pega ônibis, inda mais na hora dimbora, o trem vai tão chei que tem gente saini pela greta. purisso que tem vez que peguele vazi inu pru centro, mar é que eu tava tão cansada que peguei o primeiro que passô.
Aí tô lá no aperto, vem a muié e sigura nos meu dois ombro, e o ônis naquela balançassão, ai vinrei pra ela e falei:
- Uai fia, desse jeito ocê vai me dirrubá eu, só purque eu sô gurdinha assim qué dizê que sô forte não! Vão dismontano aí.
- É que tô sem onde segurá.
- Uai e vai ficá dipindurada ni mim? Numa freada que o ônis der vai é nóis duas pro chão.
Peguei as mão dela e coloquei no ferro do banco.
- Pega aí ó!
Nisso já la ia todo mundo rino né.
Mas ô meu Deus do céu, o ônibis cheio de gente, ela tinha que miscoiê?!



2º Caso
Cada dia nóis vê cada coisa dendessis ônis!
Hoje já lá ia vino pra cá, mas tem genti que anda cas bolsa tão pesada qui cazi discadera a genti.
Vinrei pa muié e falei:
- Ah meu Deus que desse jeito vô quebrá uma costela!
A muié tarra cuma bolsa inormi me furano eu aqui [mostra onde, nas costas].
- Cruis credu, que qui tem dendessa bolsa fia!?!
Ai ela virô ca cara de lelé pistitiu e disse:
- É minha sumbrinha... hehe!!!
- Jesus, qui sumbrinha é essa?
E o cobradô rachano di ri...


3º Caso
Inimbora onti eu peguei u ônis inu pru centro quieu tô com pé duenu dimais, tá inchado ieu tô cum medo di firma ele nu chão.
Ai acontece aqués coisa qui quanocê tá cunversano cê nem podi vê.
Intro um rapaiz alto assim i paro du meu lado. Tarra cum pacotibiscoito preso anssim na muchila i siguranu nu ferro e nhóic ronc nhóic nhóic nhóic...
Quandoiei pa minha calça, i eu tarra cuma calça preta. Tavassim di farelutiscoito. Vinrei pa ele e falei:
- É moss, mar ocê ta cum fomi hein?! Aporveita o biscoito direito intão, puquê ele tá caínu todin ni mim!
Ele fico todo sem gracinha. - Me discurpa eu dona!
A muiê du meu lado devi ditá cum pescoçu dueno di fica oiano protru lado pa ri.
- Mar ocê tá cuma fomi hein!!
I u cobradô lá rinu.
- Deve tá querenu instraga meu dia...


4º Caso
Nu ônis hoji u motorista virô assim diumaveiz i eu gritei:
- Ah viado, cê num tá carreganu burru aqui não!!!
Machuquei mia perna qui tá inté roxa. Aí quieu fui sabê que ele é novato...
- Ah viado véio!!!

sábado, 3 de novembro de 2012

Delírio em [sol de] terra quente


Sonhei com você essa noite.
Mas não quero ficar falando disso. É que é sonho. E foi bom. E é bom sonhar. Mas é sonho.
Só sonho.
Só sonho com você ultimamente.
Com a gente.
O dia vem, o sonho vai e você invade meus pensamentos, a gente de novo. A gente junto. E então percebo que foi delírio. Desses que temos acordados. Daqueles causados pelo calor. Desse calor que não passa. Calor que aumenta, que me faz rolar na cama até que os delírios se transformem em sonhos de novo.
E sonho com você novamente.
Com a gente.
E gosto tanto de estarmos na mesma frase, na mesma história, no mesmo sonho.
Porque quando sonho, sinto, toco, falo, rio, beijo, ouço, vivo.
Mas se acordo, quero, receio, procuro, omito, desejo, sonho.
Podia tudo ser mais simples. Podia não haver passado. Nem preocupação com o futuro.
Sem estresse.
E que a gente se quisesse, e se permitisse, e se amasse, e seguisse...
E sonhasse... 
Vou sonhar com você essa noite...

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Exercício de Memória [ou seria paciência?]

#1 - Do Lázaro

- Você lembra de Lázaro?
Meu pai me perguntou, e eu já sabia que era pra falar que o tal Lázaro veio a falecer ou coisa do tipo, mas eu preciso manter uma conversa com ele que seja superior a é, sim, não e talvez.
- Que Lázaro? Pergunto finalmente.
- Lázaro uai. Lázaro sô! Você não lembra de Lázaro?
Respiro fundo.
Conto até três.
Conto até três de novo.
Resolvo contar até dez.
- Mas que Lázaro gente? Pergunto de novo.
- Lázaro! (Quase num grito) Para! Lázaro ali da vila.
- Da vila Santa Cruz?
- É!
- Sei não pai.
- Lázaro sô! Sabe aquele casa perto do quebra mola, que tem uma estátua de mulher na janela?
- A da namoradeira?
- A Dona Maria que mora lá, ela que é mãe do Paulo que foi da sala dele.
- Da sala do Lázaro?
- Que Lázaro?
- Eu que pergunto que Lázaro gente?!
Desisto.
- Pai o tal Lázaro morreu?!
- Vai enterrar daqui a pouco.
Sabia.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Família


A gente tem sempre muitas prioridades em nossas vidas, coisas que pro momento julgamos essenciais para continuarmos levando de uma maneira mais satisfatória a maneira como escolhemos viver, crenças em que nos apegamos para ora amenizar, ora culpar tantas questões que não passam de nossas próprias escolhas.

Muitas vezes nos pegamos julgando as escolhas alheias, sob parâmetros de nossas próprias decisões, o que não é certo, nem errado, mas sim ineficiente.

Não cabe a nenhum de nós julgar nada, nem pesar nada, nem condenar ninguém.

Mas o fato que muitas vezes, escolhas alheias mexem com a gente, e nos deixam até mesmo tristes.

Porque pra mim hoje parece tão óbvio que o importante é a família, que por ela todo “esforço” é pouco, que ver energias que poderiam ser canalizadas nesse sentido serem dispersadas em outras atividades me enche de profunda tristeza. A vida está passando. O tempo a gente não tem controle nenhum. Na verdade a gente tem muito pouco controle sobre qualquer coisa, toda essa instabilidade é uma ilusão. Pessoas queridas morrem num piscar de olhos. Pelo tempo. Pelo mundo. Naturalmente. Cruelmente. E depois perdemos oportunidades de estar com essas pessoas por determinadas prioridades que...

Desculpe se fui grosso, mas hoje, acredito na família, e se temos a oportunidade de tê-la toda reunida, celebremos... o resto se ajeita com tempo...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Profissão: ATOR

Não é por nada não, mas assim, quando uma pessoa vai ao teatro, geralmente vai ou porque quer, ou porque gosta, ou porque teve curiosidade, ou em determinados casos vão por obrigação (esses são mais complexos), e minha função enquanto profissional das artes é fornecer aquilo que aquelas pessoas buscam, muitas vezes para isso passando por cima de muitas questões particulares, dores, mal estar, perda de ente querido, machucados em cena, e por aí vai, tudo porque o espetáculo não pode parar.

Agora, por exemplo, se uma pessoa vai ao dentista ela vai por obrigação, obrigação causada por uma necessidade específica, mas em todo caso obrigação. Nunca vi ninguém falar que vai ao dentista porque já viu todos os filmes que estão em cartaz, ou porque tá sem o que fazer. E muitas vezes ao chegar no consultório fica impossibilitada de ser atendida, mesmo com hora marcada, ou porque o dentista está atrasado, ou porque ele não veio pois a tia da vizinha da mãe dele morreu, ou porque ele não estava bem e teve que sair mais cedo.

Tanto eu como o dentista ESCOLHEMOS nossa profissão (pelo menos quero acreditar nisso). Dele, muitas pessoas dependem até para sorrir, de mim elas não dependem, mas até acontece de sorrirem por minha causa.

Aí alguém pode virar pra mim e dizer: - É mas você não apresenta a mesma peça todo dia, e nem tem que lidar com pessoas que não querem te ver, já o dentista diariamente lida com várias pessoas, muitas delas mais mal humoradas que um jegue do agreste inclusive.

Eu responderia: - Não foi ele quem escolheu ser dentista? E mais, ao contrário do que você pensa, eu apresento sim a mesma peça todo dia, várias vezes no mesmo dia inclusive, de manhã, de tarde, de noite e até mesmo de madrugada, porque TRABALHO com teatro empresarial também (só aumentei as letras de trabalho pra deixar claro que eu trabalho com teatro, assim como um dentista trabalha com dentes, não mexo com teatro, assim como um traficante mexe com drogas), continuando, e meu público definitivamente não quer o horário de almoço/descanso dele ser importunado por um bando de "palhaços", e aí falo pra mim mesmo: - Foi o que eu escolhi! Eles não precisam saber que estou mal, que meu siso está nascendo, nem nada.



Atualmente tenho três dentistas que gosto muito e respeito de mais e que não se enquadram no dentista descrito acima, até porque o dentista só serviu de exemplo, poderia ter citado N outras profissões.

A questão é: porque o meu amor por minha profissão passa por cima de mim e em outras profissões não vejo toda essa entrega?

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

um príncipe em minha vida

          E no corre corre de hoje me peguei sentado num sofá da Livraria Leitura com
"O Pequeno Príncipe"
nas mãos.
Já o havia lido.
Várias vezes...
Então, mais uma...
Novas lágrimas, mais descobertas, essa é a maravilha da releitura, sempre há algo novo pra se descobrir, pra se perceber, pra se sentir...
Entre outras, passei o resto do dia refletindo sobre 'a vida, o universo e tudo mais'...
Autoridade...
Amizade...
Amor...
'E esses são apenas os As'...
Como um simples livro pode dizer tantas coisas...
Na verdade, talvez seria, como eu posso não ter pensado nisso que está escrito aqui antes de ter lido?
E então a gente vê claramente, o que a gente já sabia, mas que às vezes precisamos de fantasias para que tudo isso se torne real...
"É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas"

Citações: EXUPERY, A. S. O pequeno príncipe | ADAMS, D. A vida, o universo e tudo mais | ZUSAK, M. A menina que roubava livros

terça-feira, 2 de outubro de 2012

'mim em partes [2]' ou 'porque piranha virgem não existe'

Presunçoso?!
É talvez...
[ou não... anyway] pq?

Por falar de mim...
Que se dane, o site é meu falo do que eu quiser.
Ignorante?
... e se for?

rs [talvez sem esse risinho]

Brincadeira, quem me conhece sabe que não sou nem um nem outro.


[às vezes sou Diogo... 

[Uma apresentação, ora, onde estão meus bons modos.]

Vou começar pelo começo:
[BH, 16h35' do dia] 20 de Março de 1986 (daqui a uns anos esse ano será inibido, então, se é do seu interesse, copie e cole isso... rs) logo sou peixes virgem.

- Uma explicação -
signo solar: peixes
signo ascendente: virgem

então, sou peixes virgem
porque piranha virgem não existe... rs

coisa que gosto é ver quem gosto duas vezes![e mais... e mais... e mais]

[- Memória futura -
um dia vou escrever 
a versão 3 disso]

falei muito né?
ou não... mas agora paro por aqui. [amanhã levanto cedo...]

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

começando

Quando resolvo dar continuidade ao meu blog, descubro que o seu provedor está prestes a fechar as portas, sendo assim, cá estou, começando... de novo... 
Vai haver novidades... vai!
Vai haver lembranças... vai!
Confesso, gosto de me ler... e você? 
Espero que goste também!
Bem vindo!